As novidades que bombardeiam a internet a cada dia fazem parecer que o YouTube existe há muito mais tempo do que apenas cinco anos no ar. No dia 15 de fevereiro de 2005, foi registrado o domínio youtube.com, que passou a funcionar definitivamente ainda naquele ano e rapidamente se tornou um dos sites mais acessados do mundo. De acordo com o ranking da Alexa, empresa que monitora o tráfego de páginas ao redor do globo, ele é o quarto colocado, só perdendo para Google, Facebook e Yahoo, respectivamente. No Brasil, é o sexto, atrás de dois endereços do Google (google.com e google.com.br), do Orkut, do portal UOL e do Bing, serviço de busca da Microsoft.
Criado pelo trio Chad Hurley, Steve Chen e Jared Karim, então ex-funcionários do sistema de transações online PayPal, o site que começou como um sistema de compartilhamento de vídeos e se tornou símbolo do conceito de web 2.0, onde os usuários são os principais geradores de conteúdo. Hoje, o YouTube é praticamente uma biblioteca global da televisão. É fácil encontrar de tudo lá: desde videoclipes de qualquer banda até programas que saíram do ar há décadas. Mais do que isso, o serviço de vídeos online traz algumas das pessoas mais poderosas do mundo como clientes. O site já ofereceu exclusivamente uma coletiva com Barack Obama, um show da banda irlandesa U2 e até mesmo uma missa do Papa Bento XVI.
Hoje, os usuários do YouTube assistem a 1 bilhão de vídeos por dia. A quantidade de conteúdo gerada também é assombrosa: 20 horas de vídeo são recebidas pelo site a cada minuto. Com tanta gente assistindo e compartilhando vídeos, a oportunidade de faturar com publicidade é imensa. Assim, fica fácil entender porque o Google se apressou tanto para adquirir a empresa em novembro de 2006, pouco antes do segundo aniversário, por US$ 1,65 bilhão.
Hoje, o principal desafio do YouTube ainda é o mesmo daquela época: desenvolver um modelo lucrativo para seus compradores. A empresa não divulga números, mas o gasto não é pequeno, se levarmos em conta apenas o enorme tráfego de dados dos vídeos. De acordo com estimativas da revista Forbes, a renda do serviço de vídeos foi de US$ 200 milhões em 2008, e US$350 milhões ano passado. Pouco, considerando o tamanho do Google e a quantia investida.
Até agora, a principal estratégia do YouTube tem sido se aliar a parceiros. Sejam eles grandes como as gravadoras Universal, Warner, Sony e os canais de televisão CBS e NBC, ou usuários comuns com vídeos muito acessados, com os quais o YouTube compartilha parte da renda gerada pelos anúncios, por meio do Google AdSense. No ano passado, a empresa estendeu o programa de parcerias a todos os usuários cujo vídeo fique popular do dia para a noite.
Em ambos os casos, a intenção é lucrar com a possibilidade de atingir públicos específicos. Neste caso, o YouTube também funciona como rede social. "Se você levar em conta esse poder de fazer pessoas conversarem pelo vídeo, podemos entender porque somos a comunidade ideal para as pessoas encontrarem o conteúdo de seu interesse", diz o gerente de comunicação na AméricaLatina, Ricardo Blanco.
Ao ficar do lado dos principais grupos midiáticos, o YouTube também contornou um dos principais problemas: o excesso de material publicado ilegalmente. Em 2007, a Viacom, conglomerado que abrange Paramount e MTV, exigiu US$ 1 bilhão e a retirada do ar de 100 mil vídeos.
Celebridades
O principal impacto social do YouTube na internet foi o enorme potencial de dar fama a pessoas comuns. Quando o serviço começou a popularizar no Brasil e no mundo, vídeos muito acessados lançaram à categoria de 'celebridades da internet' a um ritmo muito mais rápido do que acontece com blogs e redes sociais.
São pessoas como o ator brasiliense Guilherme Zaiden, 21 anos. Em 2006, ele ficou conhecido por uma série de vídeos com personagens satirizando diversos estereótipos. O mais visto, Confissões de um emo (http://migre.me/jST3), teve mais de 1 milhão de acessos. Hoje, supera 5 milhões. De pessoa comum, chegou a ser reconhecido na rua e dar autógrafos. Os vídeos também renderam frutos para a sua carreira. Ele passou uma temporada em grupos de comédia de São Paulo, com direito a ponta em Caminho das índias.
De volta a Brasília, ele ingressou no curso de artes cênicas da UnB. Ele credita o sucesso ao fato de ter sido um dos pioneiros do YouTube, quando o site ainda não era muito conhecido. "Comecei a entrar no YouTube quando não era nem um pouco famoso no Brasil, antes dessa inundação de gatinhos e bebês sorrindo. Se eu tivesse colocado meus vídeos lá hoje em dia, acho que não faria o mesmo sucesso".
Hoje, ele vê que muitos dos vídeos mais acessados são reproduções do que já passa na televisão. "Acho que a produção para internet nunca vai ser como a da televisão. Por isso, não acho que uma possa dominar a outra. É a mesma conversa de quando falaram que o videocassete iria acabar com o cinema". Alçado pela internet, hoje confessa estar bem mais desconectado. "Não tenho conta no orkut nem no twitter. Quando eu era mais novo, usava bastante o MSN (Messenger), mas nem entro muito".
Fonte: http://www.wbibrasil.com.br
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