quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

As redes sociais e as transformações na área de tecnologia da informação




Um recente relatório divulgado pela Gartner, empresa de pesquisa na área de tecnologia e negócios, listou algumas previsões para os próximos cinco anos no mercado de tecnologia da informação (TI). As tendências apontadas pelo documento envolvem essencialmente transformações causadas pelo movimento crescente das redes sociais. Um dos tópicos aponta que elas substituirão o e-mail como principal ferramenta de comunicação de 20% dos usuários das empresas.

Para Francis Berenger, sócio da Descartes Consultoria, as redes sociais internas entrarão rapidamente no mundo corporativo, mas ele tem dúvidas se substituirão o e-mail. “Será uma ótima oportunidade para as organizações resolverem um grande problema encontrado em 90% das empresas, que é a gestão de seu conhecimento. A implantação de redes sociais internas pode ser o caminho para fazer a gestão do saber corporativo ser utilizada como real diferencial competitivo”, aposta o professor do Departamento de Informática e do Instituto de Gerência e Administração da PUC-Rio.

Priscila Gonçalves, diretora da empresa de e-mail marketing Mailsender, acredita que a substituição do e-mail por redes sociais seja um caminho natural para melhorar a comunicação interna dentro das empresas. Para ela, as redes sociais poderão oferecer maior agilidade e interação entre os funcionários, organizar tarefas e prazos, armazenar todos os históricos de decisões ou discussões dentro de um projeto. “Ruim para o e-mail?”, questiona. “Eu não acho, apenas surgiram outros canais mais eficientes e rápidos para melhorar a comunicação interna”, constata.

“O e-mail vai continuar com o espaço dele, vale a pena ressaltar. Só que deixará, aos poucos, de ser usado para recados ou mensagens rápidas. E por trás de toda rede social existe um e-mail. Qualquer rede social pede, na hora do cadastramento, um e-mail para comunicação, e apesar das previsões de alguns profetas, o volume de e-mails continua a crescer absurdamente”, afirma Priscila.

Roberta Prescott, editora do portal IT Web e da revista Information Week Brasil, acredita que essa é uma questão de adaptação à nova realidade e aos novos formatos. Para ela, as empresas desde sempre tiveram necessidade de circular comunicados internos, de prover formas para os funcionários interagirem e de ficarem por dentro dos acontecimentos.

"No passado, isto era feito por murais, depois com a intranet, os comunicados por e-mail e agora com as redes sociais. Num futuro próximo, os e-mails podem ficar para questões mais formais, enquanto as redes sociais serão locais para troca de informações, de ideias entre pessoas que, pelo método “tradicional”, talvez nem se falassem", opina Roberta. "Estas redes também são mais ágeis e mais fáceis de encontrar o que se procura, já que possuem grupos de discussões por temas, sistemas de buscas etc.. Mas tudo depende de como as empresas vão trabalhar isso, porque dependendo de como lidam com as redes sociais, elas serão aceitas e usadas ou não".

Para a Gartner, até 2012, 20% das companhias não terão ativos de TI. A mudança, segundo os especialistas, está sendo impulsionada por virtualização, cloud computing e redes corporativas. “Em 2003, na ‘Harvard Business Review’, Nicholas Carr causou rebuliço nas áreas de TI de todo o mundo ao afirmar que com a redução dos custos de hardware, software e de links de comunicação, recursos de TI se tornariam commodities”, lembra Berenger. “Muita contestação, muito barulho e agora o cloud computing está aí mostrando que isso tudo já é realidade. Pequenas e médias empresas já operam sem ativos de TI. Resta saber como as áreas de TI e de negócio das organizações vão se adequar a mais essa mudança no mundo web”.

Outra tendência identificada pela consultoria dá conta que, até 2012, mais da metade das organizações terá criado as próprias redes como plataforma para troca de informações entre funcionários. Esse caminho sem volta, que inclui o uso de redes sociais já existentes, deverá forçar a elaboração de políticas de segurança que permitam o acesso a serviços, como Twitter, LinkedIn e Facebook, do ambiente de trabalho.

“Nosso universo agora é multicanal”, afirma Priscila. “Precisamos parar de pensar de forma monofásica. Quando criaram o rádio, disseram que o jornal ia acabar e, depois, anunciaram o fim do rádio com a TV. Por fim, acreditaram que a TV acabaria com a internet. Acabou? Pois eu já li meu jornal hoje, ouvi rádio no carro e estou aqui enviando este e-mail e, ao mesmo tempo, digitando no MSN e acompanhando o Twitter e o Facebook”.

Fonte: http://www.nosdacomunicacao.com/panorama_interna.asp?panorama=311&tipo=R

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